Na minha infância havia peros.
Peros grandes, amarelos,
claramente diferentes das maçãs,
que eram vermelhas.
Mais o pero bravo-esmolfe
que era pequenino e rijo.
Os peros sabiam a sumo e a Verão
as maçãs sabiam a princípio de Outono
e dias curtos.
Hoje só temos maçãs Fuji, Royal Gala,
Granny Smith
e outros nomes sem sentido,
e todas sabem a água e desilusão.
Globalizámos a fruta.
Peixinho de Prata, 2018