Os Livros

ines lourenço

Os livros duram séculos e
falam da melodia da chuva,
dos rios e dos mares, das fontes,
dos húmidos beijos dos
amantes, mas também

morrem despedaçados num
qualquer temporal que parte
as vidraças e lhes tolhe as páginas
numa brutal invasão líquida.

E falam do fogo
das paixões, de estrelas
a arder no infinito,
mas o convívio das chamas
é-lhes vedado, apesar
da torpe ignorância,
a isso os ter condenado
tantas vezes.

Quantos naufrágios e incêndios
os destruiram, para depois
ressurgirem múltiplos,
audazes, amigos tão antigos e
tão novos.

Inês Lourenço

Um Quarto de Hotel em Madrid

joao luis barreto guimaraes

Não se chega a pertencer nunca a

um quarto de hotel. Não se lhe ganha afecto (não

é nosso por inteiro) se é

certo que amanhã outro dono estará

emoldurado

ao espelho. Não se chega a confiar nele

(não se lhe lega segredos) sequer a

palavra impudica expurgada

da pele

pela toalha de banho. Não chega a

ser nossa a cama (não se molda

a nosso jeito) melhor que

nem te despeças dessa alcova pela manhã

quando sabes como é lesta a

entregar-se ao próximo viandante

por dinheiro.

João Luís Barreto Guimarães in Você Está Aqui

7 Livros para Quem Gosta de Hopepunk

hopepunk

Já há largos anos que as distopias têm vindo a ganhar visibilidade nos livros e no cinema. São histórias que se focam num futuro mais ou menos distante, em que alguma coisa correu bastante mal e a espécie humana luta pela sobrevivência. Mad Max e Waterworld são um bom exemplo de filmes deste género, e nos livros temos coisas como A Estrada, de Cormac McCarthy, ou Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins, para citar apenas dois exemplos. É um género de livro que até há bem pouco tempo me dava prazer ler, e tenho vários livros lidos dessa categoria, incluindo os que menciono aqui.

Mas acontece que estas coisas têm mais graça quando são um futuro distante e muito pouco provável, não quando vemos que estão lentamente a começar a acontecer diante dos nossos olhos. E para aqueles de nós que têm prole, subitamente passamos a preocupar-nos não só com o nosso futuro, mas principalmente com aquele que as nossas crias vão ter de enfrentar. Por isso tudo, distopias não têm estado no meu cardápio muito frequentemente, a bem da minha sanidade mental. Antes pelo contrário, romance e fantasia têm sido a minha panaceia mais comum.

Então mas não haverá alternativa a isto? É que só romance e fantasia é dieta que cansa rápido. Li recentemente um artigo em que se fala exactamente duma corrente contrária a esta, que se chama Utopian Fiction, e dentro desta uma vertente mais ligada à ficção científica, chamada Hopepunk. Este termo apareceu pela primeira vez em 2017, pela mão da autora Alexandra Rowland (sim, eu também nunca tinha ouvido falar dela antes, mas agora fiquei curiosa), e define um fenómeno cultural em que se dá primazia a histórias com ênfase na esperança. Não necessariamente histórias bonitas e felizes, mas sim aquelas que nos mostram que com muito trabalho e resiliência conseguimos ter esperança em algo melhor. Ora, convenhamos, que esta me parece uma premissa mais simpática.

Vamos então à outra parte necessária a um artigo destes, que é: mas afinal que livros é que podemos considerar hopepunk? Há alguns exemplos para podermos ler? Ora, para não terem que andar a lamber listas da internet, eu fiz isso por vocês, e deixo aqui algumas das sugestões que me pareceram mais interessantes, e algumas que se têm falado muito nas redes.

This Is How You Loose The Time War, de Amal El-Mohtar – Num futuro distópico (claro), duas facções encontram-se em guerra. Mas dois agentes de lados opostos da barricada vão começar a comunicar um com o outro através de mensagens deixadas em momentos diferentes da história. Parece-me partes iguais de confuso e interessante, e está na minha lista de livros a ler. 

The Long Way To a Small, Angry Planet, de Becky Chambers – um clássico deste género, a jornada épica numa nave espacial, em que colegas se tornam família, e onde descobrimos mais sobre nós próprios que sobre o espaço propriamente dito. Mais um que está há bastante tempo no Kindle à espera da sua vez.

Good Omens, de Neil Gaiman e Terry Pratchett – Neil Gaiman tinha que ser incluído aqui, e muitas seriam as possibilidades de inclusão. Mas este parece-me um bom ponto de partida. Numa altura em que parece que é mesmo desta que o Apocalipse vai chegar, o Anti-Cristo encontra-se em parte incerta e há um anjo e um demónio que vão tentar muito que as coisas fiquem como estão. Só o humor de Terry Pratchett seria suficiente para este livro valer a pena, mas juntar-lhe a imaginação de Neil Gaiman só pode ser uma mais valia. Há a série, que dizem que também é boa. Façam a vossa escolha.

The Best of All Possible Worlds, de Karen Lord – não sei absolutamente nada acerca deste livro, tirando o facto que o vi em quase todas as listas deste género. A sinopse pareceu-me interessante, extraterrestres no meio de nós a tentar salvar a sua civilização perdida, e acho que vale a pena investigar.

The Goblin Emperor, de Katherine Addison – Vá, um bocadinho de fantasia também para animar a lista, que só ficção cientifica também não anima. A premissa deste não é nova, um herdeiro improvável ao trono tem que navegar os meandros da corte totalmente despreparado, mas tem um belíssimo rating, e pareceu-me muito interessante.

The Martian, de Andy Weir – Mais um daqueles que eu vejo em todo o lado, ganhou o Goodreads Choice Awards em 2014, e ainda hoje vejo opiniões muito positivas sobre ele. Está eternamente no meu Kindle à espera da sua vez, que há-de chegar em breve. Deu também origem a um filme, que eu já vi e gostei muito. Tenho impressão que é por isso que ainda não peguei no livro, porque sinto que já sei a história.

A Casa do Mar Cerúleo de T. J. Klune – Finalmente um desta lista que eu já li, e por acaso gostei bastante. Tem a quantidade certa de melancolia e esperança, aquece o coração e enche-nos de esperança em algo muito semelhante à humanidade. Aconselho muito.

Ainda está em aberto a discussão sobre se hopepunk é realmente um género literário ou não, mas a realidade é que já muito se escreveu sobre isto, e há muito mais exemplos de obras que poderíamos citar. Independentemente do que acharmos, a lista acima parece-me um bom começo, e uma aposta em boas leituras, por isso entraram todos na minha TBR, sempre a lutar por visualizações mais felizes do futuro.

Podem ler dois artigos sobre isto aqui e aqui. Digam-me se já conheciam o género, ou algum dos livros que mencionei.

Boas Leituras!

Leitora

Maria Teresa Horta

Confesso o vício de ler
afago
cada palavra

Bebo o feitiço das histórias
cada rosa cada asa
por onde a busca se enlaça

Revolvo-me na ruptura
ou na ternura descalça
onde a caneta sutura

Tomo o corpo da leitura
enredo-me no seu abraço
ora vestida ora nua

Ao longo deste prazer
não há nada que eu não faça
em entrega e em devassa

Indo mais longe no ler
encontro o cisne e a rola
na tocaia do prazer

Tenho a paixão da leitura
teima na escrita do perigo
e estremeço de prazer ao entreabrir um livro

Corro as mãos nas suas espáduas
desnudo frases de feltro
afloro as suas pálpebras

Entrelaço as consoantes
com as vogais e o enredo
diante das fantasias no sobressalto do medo

Descubro escusas passagens
pelas cisternas dos livros
ao desfolhar suas páginas

Na entrega e no sustido
nas lágrimas e no sorriso
entre o ardil e o tigre

Ora cumprindo
a harmonia
ora querendo a transgressão

Sou uma leitora voraz
tenho um trato com a audácia
e outro com o perdimento

Entre a leitura e a escrita
existe um espaço sedento
rebeldia e firmamento

Digo tempo e confissão
das cartas das bibliotecas
das literaturas secretas

Corro nas linhas dos livros
tropeçando
de avidez

Na cama quero as palavras
Enoveladas errantes
com elas sou viajante

No rumo da minha
vida
estão os livros e as estantes

Gosto de beber o cheiro
do interior da leitura
temperado com canela e as coisas obscuras

Deleito-me com a poesia
endoideço com o romance
esquivamento das mulheres

com a sua escrita de leite
de linho e alquimia
de aço rumorejante

Encontro a rima cismada
dobo a palavra a vapor
na teima de quem porfia

Vou em busca do fulgor
corro atrás da literatura
dos textos e da leitura

Sou dependente dos livros
sem eles posso morrer
perco-me de tão perdida se proibida de ler

Maria Teresa Horta

Acabei de Ler – Lugar Feliz

happy place

Keep scrolling if you prefer to read in English.

Este ano saiu um livro novo da Emily Henry e eu tive que ler, porque aparentemente agora sou uma pessoa que lê muitos romances. É como é, não vale a pena lutar contra isso.

Emily Henry escreve bem, as personagens são credíveis e interessantes, e não cai em (todos) os clichés do género. Tem alguns tiques. A nossa personagem principal está a terminar a especialização em cirurgia cerebral, porque Deus sabe que ninguém quer ler um livro em que a heroína trabalha num escritório (pode trabalhar, se for coisas giras como designer, chefe de departamento, ou assim), ou numa loja (excepção se a loja for uma pequena livraria de bairro em dificuldades). Mas se nós quiséssemos ler sobre a nossa vida não enterrávamos o nariz em livros, não é?
Mas como eu dizia, esta autora foge a muitos dos clichés mais comuns, e consegue escrever dum modo que nos prende à história. Eu pessoalmente não gosto da trope friends to lovers, mas aqui foi bem conseguida.
Harriet é a nossa candidata a cirurgiã, que terminou há 5 meses com o seu noivo Wyn. Não contaram nada aos seus melhores amigos, e agora vão estar todos juntos na sua viagem atual. Receita para o desastre ou para um livro, neste caso. A tensão entre os dois está no ponto, o pano de fundo é um festival de lagosta numa cidadezinha do Maine (porque, novamente, ninguém quer ler um livro passado numa qualquer cidade dormitório onde não se passa nada). A dinâmica da amizade também é engraçada. No fundo foi um bom livro de verão para entreter, mas não se passou nada de excepcionalmente original que mude a nossa vida. E por algum motivo, os diminutivos com que toda a gente se trata enervaram-me um bocadinho. Mas isso sou eu, que já sou velha e rezingona (claramente, muito mais velha que a maioria dos protagonistas destes livros, e com infinitamente menos paciência).
Foram umas horas bem passadas, e recomendo a fãs do género, e de Emily Henry em particular.
Rumo ao próximo, Boas Leituras!

This year a new Emily Henry book came out and I just had to read it. Apparently, I’m one of those people that read a lot of romances, why fight it?

Emily Henry is a good writer, her characters are interesting and believable, and she does not fall for (all) the genre traps, even though there are some clichés in the mix. Our main character is finishing her residency in brain surgery, because Lord knows no one wants to read about the life of an office clerk (unless she has an exciting job like department manager or graphic designer) or a store worker (unless it’s a cute shop like a small neighbourhood library). But if we wanted to read about our own lives, we would not be burying our noses in books, right?

So, as I was saying, this author manages to avoid some of the most obvious clichés, and she keeps us glued to her stories. I’m not a fan of the friends to lover’s trope, but she has pulled it off.

Harriet is our brain surgery candidate, and Wyn, her ex-fiancé, broke up with her 5 months ago. They haven’t informed their closest friends and they will now be all together in their early trip. This spells disaster, or in this case a book plot. The tension between the two is just right, the background is a lobster festival on a small city in Maine (again, who wants to read a book that is set in some suburban town where nothing happens?). The dynamics between all the friends is also funny. All in all, it was a good summer book, entertaining. The pet names they all used with each other grated on my nerves, but I’m an old grumpy woman, so I might not be on the correct demographics. I was clearly much older than all the protagonists and have a lot less patience.

It was time well spent, and I recommend it to all romance fans, especially the ones that already like Emily Henry.

On to the next, Happy Reading!

Acabei de Ler – Criaturas Extremamente Inteligentes

bright creatures

Keep scrolling if you prefer to read in English.

Ou como um livro em que um dos personagens principais é um polvo gigante do Pacífico pode ser uma pérola.

Não me canso de dizer que este foi um verão cheio de leituras boas e interessantes, tive sorte. Este livro foi daqueles que vi mencionado em todo o lado, e tive mesmo que lhe pegar, o que foi claramente a opção correcta. A narrativa está dividida entre três personagens principais. Tova, uma viúva idosa que trabalha nas limpezas do Aquário da cidade, apesar de não precisar financeiramente. Ela perdeu o seu filho de 18 anos em circunstâncias misteriosas há muitos anos atrás, e isso mudou completamente o rumo da sua vida. Cameron é um rapaz na casa dos 30, sem pai, abandonado pela mãe em casa duma tia quando tinha apenas 9 anos. Não é um personagem que crie muita simpatia, mas suponho que fosse mesmo essa a intenção da autora. E por fim temos Marcellus, o polvo gigante do Pacífico, cujos capítulos são sem dúvida os melhores e mais bem escritos.

É um livro muito bonito, sobre relações humanas (e não só), família, amizade, envelhecer com dignidade, e recheado de um belíssimo humor sarcástico. Cada capítulo desvenda mais um pedacinho do puzzle e, apesar de termos uma ideia de como vai ser o quadro final, o caminho até lá chegarmos é muito enriquecedor e divertido. Sem dúvida um daqueles livros que aquece o coração.

Recomendo a todos os que gostam duma história bem contada, com amor e ternura, e com velhos ainda cheios de capacidades.

Rumo ao próximo, Boas Leituras!

Goodreads Review

On how a book that has a giant Pacific Octopus can be a hidden gem.

I cannot stress enough the fact that my summer has been filled with great books, I’ve been lucky that way. This was a book that I saw everywhere on YouTube, and I felt compelled to read it. And I am glad that I did. The story revolves around 3 main characters. Tova is a 72-year-old widow, that still works cleaning the city’s Aquarium to keep herself busy, as she does not need the money. Her son died mysteriously when he was 18, and that has shaped her ever since. Cameron is a 30-year-old man, still going through life with no clear image of what he wants for his future. He never knew his father, and his mother left him with an aunt when he was 9. He does not generate a lot of sympathy, but I assume that was done on purpose. And last, we have Marcellus, the giant Pacific octopus that lives in the aquarium and his without a doubt the funniest character. His chapters are the best of the whole book.

This was a beautiful book, very well written, about relationships, human (and animal) nature, family, friendship, aging with grace and dignity, and filled with some precious and sarcastic humour. Each chapter adds a piece to the puzzle, and even though we have some idea on how the full picture will look, it is the journey there that counts. It is a heartwarming book, witty and funny.

I recommend it to all those that love a beautiful story, well told about old people at their full capacity.

On to the next, Happy Reading!

Acabei de Ler – Fourth Wing

fourth wing

Keep scrolling if you prefer to read in English.

Depois duma série tão grande de bons livros de temas actuais, estava pronta para outras coisas. Mas nem foi por isso que peguei neste livro, que aparentemente tem feito muito sucesso no Tik Tok, rede à qual ainda não me rendi. De repente comecei a ver imensos vídeos onde se falava deste livro, mas a gota de água foi quando vi um vídeo hilariante (de ridículo) onde o youtuber não estava a conseguir lidar com toda a suposta sexualidade contida neste livro, e estava a ter um colapso diante das câmaras. Escusado será dizer que isso foi o suficiente para me fazer decidir que esse seria o próximo livro a ler.

Começo por descansar-vos a todos dizendo que o vídeo que vi não tinha razão de ser. Há para aí um total de duas cenas mais “quentes” e são perfeitamente normais para qualquer pessoa adulta lidar. Se não gostarem de livros com nem um pedacinho de erotismo, então realmente passem à frente, mas não era mesmo nada de especial.

Agora que este pormenor está fora da equação, devo dizer que este livro foi uma surpresa. Não sou fã de fenómenos do Tik Tok, por isso ia com zero expectativas, mas acabei por gostar bastante do livro, e perceber que sou muito mais fã deste tipo de fantasia épica, do que dos livros de cozy fantasy que tenho lido ultimamente. Era muito difícil pousar o livro para fazer tarefas comezinhas como alimentar a criança, ou ir à praia, e acabei por perder algumas (mais do que quero admitir) horas de sono.

Mas de que fala este livro? Nada de extraordinariamente original, na realidade. É fantasia, com dragões, escolas de magia, e outros clichés do género. Mas estava bem pensado, bem encadeado, e muito bem editado. Não havia cenas a mais, nem uma palavra que não precisasse de lá estar. A acção era constante, interessante, e manteve-me agarrada ao livro. Basicamente seguimos Violet Sorrengail (até o nome é um bocadinho cliché, vá!) que não teve outra hipótese senão entrar na academia de “cavaleiros” de dragões, para seguir a tradição familiar. O problema é que a família consiste numa mãe que é uma importante comandante com muitos inimigos. Muitos deles estão na mesma escola, e vêm aqui uma oportunidade de exercer vingança. Mas Violet vai surpreender toda a gente, como não podia deixar de ser.

Como já disse anteriormente, a mais valia deste livro foi a sua execução. Limpa, eficaz, e que nos deixa com vontade de ler o próximo. Que felizmente sai já em Novembro, porque depois do Game of Thrones eu tinha prometido a mim própria não mais embarcar em séries por terminar, promessa essa que já quebrei inúmeras vezes.

Mais um sucesso deste verão literário, rumemos ao próximo. Boas Leituras!

Goodreads Review

After a long string of great literary fiction books, I was ready for something different. But that was not the main reason that led me to pick this book. Fourth Wing has been a huge tik tok success, and even though I don’t really have tik tok, I started seeing a lot of YouTube videos with mainly bad reviews about this book. But then I came across a hilarious one, where the guy was not being able to cope with all the spiciness in this story and went on and on about horny dragons. Needless to say, that this was just the thing that made decide this was going to be my next read.

I start by calming all your anxious hearts and letting you all know that the video I saw was a huge overreaction. There is a grand total of 2 spicy(ish) scenes, that can be easily handled by any grown person. Nonetheless, if spice really is not your thing, then you have been warned, there are 2 scenes and some tension, you can choose to ignore this book.

Now that we’ve dealt with this, I must say this book was a surprise. I’m not a huge fan of internet sensations, so my expectations were really low. Maybe that’s why I ended up really liking this book. If nothing else, it made me realise I much prefer epic fantasy (with a dab of romance), than the cozy fantasy books I’ve been reading lately. The story grabbed me, and it was difficult to put the book down and get on with my day-to-day chores (like going to the beach or feeding my son). I ended up losing more hours of sleep than I care to admit.

But what is this book about? Nothing extremely original, to be fair. It’s High Fantasy, with dragons and magical academies, and all the other clichés of the genre. But it was well thought and well put together, and really well edited. There were no scenes that should not be there, or words that were too much. It was packed full of action, and I was glued to the pages. It is basically the story of Violet Sorrengail (even the name is a bit cliché, isn’t it?), that was forced to join the dragon rider’s academy by her mother, to follow family tradition. Her mother is a high patent official in the army, and has a handful of enemies, a lot of them are in Violet’s academy and cannot wait to seize the opportunity to have some revenge. But, as expected, Violet will surprise everybody.

As I said before, the highest point in this book is how it was executed. Clean and effective, leaving us wanting for more. Luckily, part 2 is coming out in November, so I won’t need to wait much. I had promised myself I would not start another unfinished series, after the Game of Thrones fiasco, but I broke my promise several times.

Another success in this entertaining summer. On to the next.

Happy Reading!

Acabei de Ler – The Sea Sisters Swimming Club

sea sisters

Keep scrolling if you prefer to read in English.

Não seria verão se eu não lesse também uns quantos romances levezinhos. Fui ao Netgalley investigar, e resolvi pegar neste, principalmente porque o título me intrigou. Fran, a protagonista, é uma inspectora de polícia londrina com 50 anos, que está numa louca saída à noite com os seus colegas e sofre um ataque cardíaco. Enquanto recupera, tem a oportunidade de ir para uma casa numa aldeia costeira do País de Gales, um sítio pacato e acolhedor. Aí vai conhecer Wyn, e o inevitável acontece.

Gostei bastante deste livro, e por muitas razões. A primeira é o facto da protagonista ter 50 anos, e não ser uma jovenzinha inocente e desprotegida, como vemos tantas vezes nestes romances. Depois não temos aqueles mal entendidos infantis, que fazem o suposto conflito que aparentemente é sempre necessário. Temos duas pessoas com problemas pessoais muito específicos, que vão evoluir juntas, ao mesmo tempo que se conhecem. E ainda por cima com muito bom humor, e o pano de fundo duma aldeia mesmo remota na costa do País de Gales, coisas que ainda tornaram a leitura mais agradável.
Foi divertido, fofinho, e passei umas horas bem divertidas. Fiquei também com vontade de conhecer o País de Gales, pareceu-me encantador.
Rumo ao próximo, Boas Leituras!

It would not be proper Summer if it did not include some light romance. So, for that effect, I went to Netgalley to check what was available, and picked up this book because of its title. In it we follow Fran, a police inspector from London that suffers a massive heart attack in a night out with her coworkers. While recovering her health, she has the chance to go house sit in a remote Welsh coastal village. It’s a lovely and cozy place, and there she meets Wyn, and we all know what happens from there.

There were many reasons why I enjoyed this book. The first and most important one was that the protagonist was 50 years old, and not some innocent young girl needing protection, as it so often happens in these books. Then, we do not have all those childish misunderstandings to create angst and meaning, and if the end could be any different. We have two adults with personal problems and issues to sort, as it happens on real life, that will evolve together while they get to know each other. All that with a beautiful Welsh background (seriously, I want to go there!) and a lot of good humour. All this made for a very pleasant and enjoyable read.

It was fun, it was cute, it was time well spent. And made me want to book a trip to Wales sooner rather than later.

On to the next, Happy Reading!