Comecei este Dezembro com mais um bom livro da Rosa Lobato de Faria, que já falei aqui. E pensei comigo mesma que dos 70 livros lido até aquela data, este era apenas o segundo dum autor português, e senti alguma vergonha. Há razões práticas para isso. Eu leio essencialmente no Kindle, porque estou a ficar pitosga e a letra dos livros físicos é muito pequena. Infelizmente as editoras portuguesas na sua generalidade não acreditam em disponibilizar livros para Kindle, e ler numa app no telefone não é de todo a mesma coisa.
Enfim, depois desta reflexão, que foi bem mais complexa do que o resumo que fiz acima, resolvi que ia tentar ler apenas autores portugueses em Dezembro, assim o meu feitio o permitisse. E devo dizer que permitiu sim senhora, terminei 4 livros completos de autores portugueses, e entrei em 2023 com outro. Destes 5 escritores, dois foram uma estreia, Valter Hugo Mãe e João Tordo. Foi um mês muito divertido e com excelentes resultados.
Rosa Lobato de Faria e João Aguiar são dois velhos amigos que não desiludem, os livros deles são sempre muito bons, mesmo os que são um bocadinho menos bons. As Esquinas do Tempo não foi o meu favorito da autora, mas mesmo assim foi interessante, e o Navegante Solitário foi um prazer enorme de ler.
Valter Hugo Mãe foi um osso duro de roer, mas mesmo assim acho que voltarei a dar uma oportunidade a outro livro dele. Afonso Cruz foi igual a si próprio, e foi um livro que se leu muito bem.
Mas o grande sucesso/surpresa foi realmente João Tordo, um portento de livro, mesmo sendo o terceiro duma trilogia. Talvez por se debruçar tanto sobre saúde mental e demência, que são temas que me tocam no coração, mas também pela escrita poética e envolvente, e por um naipe de personagens que inspirava muito carinho, mesmo quando discordávamos de todas as suas ações.
Ainda houve tempo para ler dois romances que consegui no Netgalley, para desenjoar, que foram bastante engraçados, mas nada digno de nota. O livro do João Aguiar era um físico que tinha aqui em casa por ler (finalmente), o que significa que só posso ler com óculos postos (é a velhice, senhores. É a velhice), por isso ainda li simultaneamente no Kindle um livro de fantasia, também do Netgalley. O pior é que eram os dois interessantíssimos, por isso tive dificuldade em escolher a cada momento qual é que me apetecia ler mais. Mas todos os males fossem esses, e não duraram muito no início de Janeiro.
Janeiro que começa com uma incrível vontade de ler fantasia e thrillers, e é também o mês em que o estaminé faz 7 anos. Cá virei depois fazer o resumo deste início de ano.
Até lá, Boas Leituras!