Acabei de Ler – The Pleasure Seeker

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Terminei 2023 com mais um livro do Netgalley, na tentativa de fazer uma limpeza na lista de espera. Tentativa essa que seria mais bem sucedida se eu não pedisse 3 livros por cada um que termino de ler, mas arranjar livros é um hobby completamente diferente de os ler.

Este foi um completo tiro no escuro. Nunca tinha ouvido falar da autora, mas a sinopse pareceu-me diferente e interessante, e eu resolvi pedir. Descobri depois que a autora é mesmo uma ilustre desconhecida, e que eu fui a primeira crítica ao livro a aparecer no Goodreads. Ainda bem que ao menos gostei.

E havia muito para gostar neste livro. Aqui seguimos um jovem rapaz africano, filho de pais que foram traficados da Índia para a Tanzânia, para servir como criados. Conheceram-se já em África, casaram, e ao final de alguns anos passaram a ser livres e criaram o seu próprio negócio. Tiveram 3 filhos, o mais novo, Dayal Singh, é o protagonista desta história. Um rapaz inteligente, talentoso, que vem estudar para a Europa com bolsa de estudo, e que acaba por pertencer a uma banda de rock. Curiosamente, aprendi muito com este livro. A começar pelo facto de que existiram indianos traficados para África, facto que desconhecia. Aprendi muito também sobre a religião Sikh, sobre a qual sabia muito pouco, e que me pareceu muito interessante. O livro centra-se no percurso de Dayal enquanto músico, cientista e pessoa que se recusa a ser assimilado pela cultura ocidental e cristã. Apesar de ser ficção, faz-nos pensar muito sobre a nossa sociedade. Gostei, apesar de ser um título tão obscuro que tenho a certeza que não será traduzido para português.

Foi a última leitura de 2023, e mais um livro do Netgalley que tirei da lista. Vamos às leituras de 2024, que se esperam que sejam ricas e interessantes.

Boas Leituras!

Goodreads Review

I finished 2023 with another Netgalley title, in an attempt to plow through my never ending list of new titles. I would be more successful if I did not keep adding more books to the pile, but getting new books is a different hobby then reading.

This book was a shot in the dark. I had never heard about the author before, but the plot seemed interesting and different, so I decided to request it. I later found out that she is relatively unknown, and I was actually the first Goodreads review to this book. I’m glad that I liked it.

And there was a lot to like in this book. We follow Dayal Singh, a young African boy, son of Indian parents, that were trafficked to Africa when they were children, to serve as house help. They met in Africa, married and had 3 sons, the youngest was our protagonist. He is a smart and talented boy, that wins a scholarship to study abroad, and ends up in Switzerland, where he eventually joins a rock band. I learnt a lot with this book. First of all, the fact that there were Indians trafficked to Africa, fact that I did not know. Also, about the Sikh religion, of which I knew next to nothing, and turns out it is very interesting. The book is all about Dayal’s story, as a musician, a scientist, and a man that does not wish to lose his culture and his heritage. Despite being a work of fiction, it makes us think about our society, our expectations, and our social norms, especially in Europe. I liked it a lot, but I don’t know if it will get the recognition it deserves.

This was my last read in 2023, and I ended in a high note. I hope 2024 also starts with a bang!

Happy Reading!

Balanço de 2023

Boy Reading Adventure Story by Norman Rockwell

Chegámos novamente a mais um final de ano, e a minha reta final foi mesmo agitada. A vida real atingiu-me com força, deixou pouco tempo para ler e muito menos escrever sobre leituras, daí a pausa no blog. O jaquinzinho está naquela idade engraçada em que não queremos perder nada, e em que as conversas são deliciosas e passamos o tempo a tentar criar e guardar memórias. Felizmente, uma delas tem sido a leitura diária de histórias para adormecer, mas ainda não comecei a contar essas leituras no Goodreads. Tenho relido alguns clássicos da minha infância, e alguns livros modernos maravilhosos, se calhar tenho que passar a falar também deles. Mas a vida está lentamente a entrar num ritmo que, se não mais lento, pelo menos me permite estar de volta.

2023 foi cheio de acontecimentos e muito ritmo, mas mesmo assim consegui atingir (e suplantar por 1) o meu objectivo do Goodreads, que era ler 50 livros. Ficou aquém dos dois últimos anos, em que consegui 63 em 2021 e 75 em 2022, mas continua em linha com o que lia normalmente, mesmo antes da aventura da maternidade. Li 19 chick-lits, 19 de literatura mais generalista e 8 de fantasia. Vergonhosamente, só li um autor português, mas sendo Saramago, e o primeiro que consegui terminar do nosso Nobel, se calhar vale pontos extra. Li 5 livros a que dei 2 estrelas, mas 5 a que dei 5 estrelas, por isso equilibrou. Mas a sensação com que termino o ano é que li muita coisa boa, e muitos livros que me deram prazer, e isso é o que realmente importa, já que ler é o meu hobby principal. Podem ver o resumo aqui. 

Como sempre, destaco aqui os 5 livros de 2023 que mais gostei, por ordem decrescente:

1 – Pod – um livro que não é para todos, uma metáfora da humanidade utilizando vida marinha, mas que foi dos livros mais bonitos que li em 2023.
2 – A Breve Vida das Flores – Foi um livro muito falado durante o ano, e eu também me rendi à sua beleza. Recomendo muito.
3 – Crapalachia – Mais um livro de Scott McClanahan, uma beleza de escrita.
4 – Heliotrope – Fantasia com F grande, épica, adulta e um livro que conta uma história com principio, meio e fim. Excelente para amantes do género.
5 – Criaturas Extremamente Inteligentes – Um polvo que só por si faz valer todo um livro. Muito bonito e recheado de humor.

Em 2024 haverá mais leitura. Até lá, Boas Leituras! 

Acabei de Ler – The Wake Up Call

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Neste momento já não sei se deva desesperar pela quantidade de romances que li este ano, ou se simplesmente atire a toalha ao chão, assuma que isto é o novo normal na minha vida, e torne o Peixinho num blog completamente dedicado a matérias do coração. Como isso me parece muito pouco provável, vamos ficando neste meio termo.

Beth O’Leary é a minha escritora favorita deste género, muito por causa d’A Troca e O Ausente, dois livros que achei muito bem conseguidos e diferentes dos clichés habituais. Por isso, nesta altura, qualquer coisa que a senhora publique eu vou ler. Exceção feita se for um livro de auto-ajuda, que nisso não pego.

The Wake Up Call apresenta-nos dois protagonistas que se detestam, mas têm que trabalhar juntos na recepção de um hotel que está próximo da falência. Passam o tempo a infernizar a vida um ao outro, e já nem sabem bem porquê. Mas os esforços conjuntos para tentar salvar o pequeno hotel familiar vão acabar por fazer com que se conheçam melhor e o inevitável acontece. Pontos de bónus porque Lucas é brasileiro e há pequenos apontamentos de português absolutamente adequados a permear todo o livro.

Foi um livro engraçado, mas confesso que não deslumbrou. Talvez por gostar tanto da autora ia com expectativas elevadas, e este foi um livro bem mais leve que os últimos, e nessa medida, não se destacava assim tanto de outros tantos que tenho lido este ano. Foi bom, divertido, mas banal.

Mesmo assim, a qualidade da escrita deixa-o muitos furos acima do que se vê por aí, por isso não se vão arrepender se lerem. Acho que preciso de fazer uma pausa neste tipo de escrita, mas cheguei novamente a um ponto que não sei bem no que pegar. Sinto-me atraída mais para não-ficção, mas logo se vê.

Até lá, Boas Leituras!

Goodreads Review

I don’t know if I should be desperate on the number of romances I’ve read lately, or if I should simply give up and assume that this is the new normal and transform Peixinho de Prata in a romance blog for good. As the later seems highly unlikely, let’s keep things as they are for now.

Beth O’Leary is my favourite romance author ever since I read “The Switch” and “The No-Show”, 2 books that had a great plot, with more depth than usual in this genre and well-written. At the moment I read more or less anything she publishes, if they are not self-help books, as I must draw the line somewhere.

In the Wake-Up Call we have two main characters that hate each other but must work together in a small boutique hotel’s front desk. They spend their time making each other miserable, and they don’t even know why anymore. But the common efforts to save the hotel from bankruptcy will get them to know each other better, and we all know what happens next. Bonus points for Lucas being Brazilian and there being several sentences in perfectly adequate Portuguese throughout the book.

It was a fun read but did not really convince me. Maybe because I had such high expectations and being used to such depth in her books, I found this one average and like so many books I’ve been reading lately. It was ok, but not extraordinary.

Still, she does know how to write, and it is much better than many things we find out there, I don’t think anyone will regret reading it. As for me, I think I need to take a break from this genre for a while, even though I don’t know what I feel like reading next. Some soul-searching time is coming, before I commit to another book. Maybe non-fiction? We’ll see.

Until then, Happy Reading!

Acabei de Ler – Um Corpo na Biblioteca, Miss Marple #3

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Depois de tantos livros bons seguidos cheguei a um impasse. Não me apetecia ler um portento, mas também não me apeteciam tolices. Percebi que era a altura ideal para a segunda Miss Marple.

E foi mesmo um prazer voltar à escrita da Agatha Christie. O seu humor e capacidade de análise social foram um tónico refrescante. Como aqueles pratos que se comem a meio de um menu de degustação, para limpar o palato (ouvi dizer, nunca experimentei).

Neste livro aparece uma rapariga morta na biblioteca de um casal de província, daqueles muito típicos do campo inglês. Claro que Miss Marple é chamada a intervir, ou não teríamos história. E foi uma delícia ler, fez-me lembrar o quanto eu gosto da rainha do mistério em detrimento de muitos dos thrillers modernos. Tudo muito bem escrito, sem recorrer ao choque fácil. Muito mais um estudo sobre a natureza humana do que um aturado trabalho de detective.

Foi um verdadeiro prazer que eu recomendo a todos os amantes do género, e de boas histórias em geral.

Rumo ao próximo. Boas Leituras!

Goodreads Review

After so many good books in a row I came to a dead end. On one hand, I did not want to read a very intricate book, but I was also not in a mood for silly things. I realised it was the right time to pick up a Miss Marple book.

And it was such a pleasure to return to Agatha Christie’s writing. Her refined sense of humour and social commentary skills were so refreshing. Like those little palate cleanser dishes we enjoy in the middle of a several courses meal (so I’ve heard, never really tried it).

In this book, as the tittle suggests, there is a dead girl found in a library of a middle-aged couple in the countryside. All very typical. Miss Marple is called to intervene, as she is good friends with the wife, and what a good thing that was, otherwise we would not have a story. This was a delightful read and reminded me of how much I appreciate the mystery queen’s writing, much more so than the modern violent thrillers that seem to be in fashion now. All is very well written, does not resort lightly to the shock factor, all pieces tie up together in the end. These books are more a study in human nature than hard police’s work.

This was a real pleasure and I recommend it to all those that love the mystery whodunit genre, and good stories in general.

On to the next, Happy Reading!

Acabei de Ler – Crapalachia

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Estive muito tempo sem saber o que escrever sobre este livro, porque Scott McClanahan deixa-me sempre de algum modo deslumbrada. Já no primeiro livro que li dele achei que estava perante uma pérola, e este não foi diferente. 

Scott nasceu e cresceu numa das zonas mais pobres dos Estados Unidos, no estado da Virgínia Ocidental, numa zona que é genericamente conhecida como Appalachia, devido à cordilheira com o mesmo nome que a atravessa. Apesar de ter tido algum desenvolvimento graças às minas de carvão e indústria florestal, é hoje em dia uma zona muito pobre, apesar de ter muita riqueza paisagística e natural. Isto marca profundamente os seus habitantes, que são muitas vezes associados a pessoas violentas e com pouca educação.

 

Foi neste contexto que Scott McClanahan nasceu e cresceu, e é este contexto que ele traz aos seus livros, uma espécie de relato em primeira mão semi-ficcionado de como é viver (sobreviver?) num mundo assim. Scott consegue ter um tom nada fatalista, nem a sua intenção é apelar à lágrima. Muitas vezes acabamos com um sorriso no rosto pela comicidade trágica do que estamos a ler. Este livro foi particularmente bem conseguido, porque temos esta sensação de estar a ler coisas que se passaram na realidade, mais do que ficção. 

 

Nada mais do que possa dizer fará verdadeiramente justiça a este livro. Sei que é muito pouco provável que seja traduzido em português, mas sei que é das coisas mais interessantes da literatura atual, por isso se forem proficientes em inglês não percam esta oportunidade. 

 

Rumo ao próximo. Até lá, Boas Leituras!

 

Goodreads Review

 

I waited a long time before writing about this book, because Scott McClanahan always leaves me in awe. When I first read a book from him it felt like finding a treasure, and this was no different.

Scott was born and raised in West Virginia, one of the poorest states in the USA. The area is known as the Appalachia, which is also the name of the mountain range that crosses that area. Despite being once prosperous due to the coal mines and logging industry, it was unable to retain that wealth, and has been slowly decaying ever since. It is also an area rich in landscape, natural beauty, and resources. People from this area are often depicted as violent and uneducated.

This was the context in which Scott McClanahan was raised and is also the background for his semi-autobiographic writing, filled with stories on how to survive in such harsh environment. And he does all that without being melodramatic, taking the easy way out, or appealing to our easy tears. On the contrary, we end up having a smile in our faces because of the tragic comedy of what we are reading. This was a particularly well written book, because it reads as total autobiography without being exactly so.

There’s not much more I can say that does justice to this book. It is unlikely that it will be translated into Portuguese, even though being some of the most refreshing writing currently being done. All those that are proficient in English should not miss this opportunity (FOMO people, FOMO!)

On to the next, Happy Reading!

Acabei de Ler – A Guarda-Costas

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Ainda a meio do Great Alone, achei que só um romance fofinho não chegava para desanuviar de tanta tensão, especialmente porque os leio muito rápido, por isso peguei logo noutro. Este foi mais um daqueles que se falava em todo o lado, e resolvi experimentar.

Já vimos heroínas com todo o tipo de profissões, por isso porque não guarda-costas, a ocupação da nossa protagonista, Hannah Brooks? Curiosamente, não foi de todo a profissão menos credível que já tenho lido nestas páginas de romances avulsos. Estava bem escrito e parecia verosímil. E obviamente que é a ela que calha o novo cliente, um actor de Hollywood que precisa de uma segurança que possa passar por sua namorada, para não levantar suspeitas. Acho que não preciso de dizer mais nada, não é?

Foi um livro muito engraçado, com boa química entre os dois personagens principais, uma dinâmica familiar que aquecia o coração, e claro, alguma dose de mistério à mistura, para poderem existir os mal-entendidos do costume. No geral foi um livro muito engraçado e divertido, que cumpre o seu propósito de entreter e distrair, mas ao contrário do anterior, não descreve minimamente o meu emprego de sonho.

Aconselho aos suspeitos do costume, não ficarão desiludidos.

Rumo ao próximo. Até lá, Boas Leituras!

Goodreads Review

Half way through the Great Alone, I decided to take a break and read not one, but two cute romances, to get away from all the Alaskan darkness. This was another book that was everywhere, so I decided to try it.

I’ve seen main characters with all kinds of jobs, usually really farfetched, so why not a bodyguard? This was Hannah Brooks’ job, our main character in this story, and it was not even the weirdest occupation on all the books I read. It was actually well written and sounded believable. And obviously, she’s the one that gets the new assignment with the Hollywood star, that needs a security detail that can pose as his girlfriend, to not scare his family. And we all know how this goes from here.

It was a funny book, lots of chemistry between the main characters, a family dynamic that warmed my heart, and some mystery on the side, to keep things interesting. It was interesting and entertaining, even though, contrary to the previous book I read, I could not care less about her job.

I recommend it to the usually suspects, it will not disappoint.

On to the next, Happy Reading!

Acabei de Ler – Rivais de Verão

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Estava eu a ler o Great Alone, da Kristin Hanna, quando comecei a sentir alguma ansiedade com o rumo da história e resolvi fazer uma pausa para ganhar fôlego. E quando isso acontece, nada como um romance fofinho para me distrair. Vi a Dora falar deste livro, e achei que era um excelente candidato.

Clare, a nossa protagonista, está num daqueles impasses em que não sabe bem que rumo dar à sua vida. Depois de alguns anos a viajar, está de volta a casa da mãe, e não consegue segurar nenhum emprego. Surge a oportunidade de ir trabalhar temporariamente para uma livraria em Bali, e ela resolve aproveitar. Só que também por lá anda Jack, e isso pode ser desesperante. Esta premissa de enemies to lovers é uma das que eu mais gosto. Mas o que realmente gostei neste livro foi o emprego da Clare. Uma pequena livraria à beira duma praia paradisíaca, semi-abandonada, a precisar de amor e carinho. Clare passa o tempo a organizar livros, prateleiras, e a sugerir o livro certo para cada cliente e nos intervalos dá um salto à praia em frente. Digam lá se isto não é o emprego de sonho?

Foi um livro divertido, e um prazer de ler. Só houve um pormenor no final que era tão cliché que quase me fez perder o prazer de ler. Não havia necessidade de fazer um twist final que já foi feito centenas de vezes em livros e filmes. Mas pronto, depois lá me lembrei das descrições de organização de prateleiras e relaxei novamente.

Aconselho a todos os que gostam de um bom romance, idealmente passado num paraíso. Vão passar um bom bocado.

Rumo ao próximo. Boas Leituras!

Goodreads Review

I was reading Kristin Hanna’s “The Great Alone”, when I started feeling some anxiety on the path the story was going. So, I decided to take a break and lighten the mood with a cute romance. I saw a review about this book on a Booktube channel I follow and decided to give it a try.

Our protagonist, Clare, is at a crossroads in life, unsure what to do with herself. She spent a few years travelling the world, and is now back home, at her mother’s place, unable to stick to a job. An opportunity arises to work temporarily in a bookshop in Bali, and she goes for it. But she soon finds out she is sharing the job with Jack, a very annoying fellow. This seems like a straightforward enemies-to-lovers, which is my favourite trope, when done well. But the jewel of this book is Clare’s job, which would be my dream job. Working in a small, quirky bookshop, which needs some love and care. Spending the days organising books, and pairing books with people that will appreciate them. And in between you can just go for a quick swim on a beach in paradise. What’s not to like?

This was a fun read, a pleasure to read. There was just one detail close to end that was the mother of all clichés and almost made me loose all the pleasure in reading. There was no need in using the same plot device that we have seen in many books and movies. But I took a big breath, remembered all the cute descriptions of shelves being organised, and was able to relax again.

I recommend it to all that love a good, cute romance set in paradise. You will not regret it.

On to the next, Happy Reading!

Acabei de Ler – A Grande Solidão

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Já tinha visto este livro recomendado por muita gente, e finalmente decidi pegar-lhe, sem saber bem ao que ia. Kristin Hannah é uma autora que tenho visto muito por aí, e achei que estava na altura de lhe dedicar algum tempo.

A primeira surpresa foi saber que este “great alone” a que o título se refere é o estado do Alaska, o grande reduto do estilo de vida mais selvagem do continente americano. Com os seus invernos duríssimos, e a sua natureza espectacular e indomável, é um daqueles locais que só pessoas muito especiais conseguem habitar. Fiquei rendida a tanta beleza, e ficou a apetecer-me ler mais livros com esse pano de fundo.

A história começa no final dos anos 60 do século passado, quando Leni e os seus pais se mudam para uma propriedade no Alaska. Leni tem 13 anos e tem tido uma vida de saltimbanco, principalmente porque o seu pai, que foi prisioneiro de guerra no Vietnam durante alguns anos, é muito instável e não consegue fixar-se num lugar. Mas encontra no Alaska e nas suas gentes algo semelhante a um lar, e acabam por se fixar por lá, apesar da longa escuridão do Inverno o tornar ainda mais imprevisível e agressivo.

Este foi um livro que li com alguma angústia associada, e tive mesmo que fazer uma pausa a meio para recuperar o fôlego. Os temas são fortes, a história está muito bem escrita e é verossímil, o que faz com que vivamos o drama de Leni e de sua mãe em primeira mão, e tememos pelo desfecho da história. Faz-nos meditar nos limites do amor, no que devemos/podemos/queremos aceitar, e em tudo o que fazemos para proteger os que amamos, e em quanto nos anulamos por eles também.

Gostei muito, mas não recomendo a todas as pessoas, porque os temas são fortes e a escuridão permeia este livro. Investiguem gatilhos antes de ler, se os tiverem.

Mas se gostam de livros sobre amor em todas as suas formas, mesmo as mais duras, sobre resiliência, sobre capacidade de superação e sobre sentido de comunidade, então apostem neste livro. E agora, rumo ao próximo.

Boas Leituras!

Goodreads Review

I had seen this book being recommended by many people and I finally decided to read, not really knowing what it was about. Kristin Hannah is an author that I have seen in many great reviews, and it was about time that I dedicated some time to her.

The first surprise was realising “the great alone” refers to Alaska, the place where nature and life live in their wildest, purest state, and the daily commodities are non-existent. The winters are harsh, nature is untameable, and only the strongest and bravest of people can live in such place. I was in awe of such beauty, and now want to read many more books set in Alaska.  

The story begins in the end of the 60’s on the 20th century, when Leni and her parents move into a property in Alaska, that was given to Leni’s father by a fellow soldier from the Vietnam war. Leni is 13 years old and has moved around quite a lot, especially because her father was a prisoner of war for many years, and is now very restless and unable to set roots anywhere. However, in Alaska he finds his place and his people and they all settle there, even though the long darkness of the Alaskan winters makes him more aggressive an unpredictable.

This was a very difficult book to read and gave me some anxiety. Somewhere in the middle I had to take a break to catch my breath. The themes are very strong, the story is very well written and could be true, and all that made me live Leni’s and her mother’s drama first hand, and I feared for them, and how their story would unfold. It makes us think about the limits of love, what can we endure, should we endure it, do we even want to accept it? The things we do (or don’t do) to protect the ones we love, and how much we lose our own identity for them as well.

I really liked this book, but I don’t recommend it to everyone, because the story is strong and dark. Check out the trigger warnings before you venture into it, if you feel there are some things you prefer not to read about. But if you like books about love in its many forms, even the hardest ones, stories about resilience, endurance, a sense of community and found family, then go ahead and read this book. You will not regret it.

On to the next. Happy Reading!

Acabei de Ler – Ferren and The Angel

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Já sabem, de vez em quando lá vou eu até ao Netgalley ver o que consigo encontrar por lá que me pareça excitante. Desta vez peguei num livro de (surpresa!) Fantasia. Demorei algum tempo a pegar-lhe porque depois já não me apetecia visitar mundos fantásticos, mas lá cheguei a ele.

Ferren and the Angel é genuinamente original, com uma premissa que eu ainda não tinha visto. Estamos nos anos 3000 e o mundo é muito diferente do que é hoje. Lavra uma guerra entre céu e terra há centenas de anos e os anjos são inimigos mortais dos humanos. Ferren é um rapaz de 15 anos duma pequena tribo que habita uma planície australiana, actual sítio onde se vão desenrolar novos confrontos. Quando um anjo cai lá perto e fica preso na terra, a vida dá pequena tribo vai mudar para sempre.

Como disse, a premissa é muito original e o fluir da história é muito bom. Tem um certo toque steampunk que me agrada muito, e gostei muito de ler. No entanto o autor abusou na escrita de sons. De cada vez que havia uma batalha ou um cenário com maquinaria apareciam em letras maiúsculas coisas como BRAAAMM! VRUUMMM! até afectar a experiência da leitura. E houve qualquer coisa que não consigo identificar que me impediu de genuinamente apreciar este livro. Por isso, conceptualmente está muito bom, mas em prazer de leitura está mediano. Não me parece que vá ser traduzido em português, e é o primeiro duma trilogia.

Rumo ao próximo. Boas Leituras!

Goodreads Review

You know that every once in a while, I go to Netgalley to check out what’s there that sounds exciting. With no surprise, this time I picked up another Fantasy book. It took me a while to actually start it, because I then lost my drive for the fantasy genre, but eventually I got there.

Ferren and the Angel is a truly original book with a story plot like I had never seen. It is set on Earth, around the year 3000, on a world much different than the one we have today, and dystopian. Heaven and Earth have been engaged in a war for many centuries, and the angels are mortal enemies of the humans. Even the humans are much different than the ones we know. Ferren is a 15 year old boy, from a small tribe that lives on a plain on what was once known as Australia, and the place where the next battles will unfold. An angel falls and gets stuck on earth near Ferren’s village, and the lives of everyone in the tribe will change forever.

As I said, it is a very original trope and the story flows really well. It has a steampunk aura that only adds to it, and it was a very enjoyable read. I have to say the author used the writing of sounds one too many times. Every other page we had sounds written all in caps (BRAAAMM! VRUUMMM) that kind of hindered my reading experience and made me loose focus. And there was something that I cannot pinpoint that did not allow me to truly enjoy this book. It was very good in concept and plot, but just average in reading pleasure. It is the first instalment of a trilogy, and I don’t know yet if I will want to read the following books.

On to the next. Happy Reading!

Acabei de Ler – Lugar Feliz

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Este ano saiu um livro novo da Emily Henry e eu tive que ler, porque aparentemente agora sou uma pessoa que lê muitos romances. É como é, não vale a pena lutar contra isso.

Emily Henry escreve bem, as personagens são credíveis e interessantes, e não cai em (todos) os clichés do género. Tem alguns tiques. A nossa personagem principal está a terminar a especialização em cirurgia cerebral, porque Deus sabe que ninguém quer ler um livro em que a heroína trabalha num escritório (pode trabalhar, se for coisas giras como designer, chefe de departamento, ou assim), ou numa loja (excepção se a loja for uma pequena livraria de bairro em dificuldades). Mas se nós quiséssemos ler sobre a nossa vida não enterrávamos o nariz em livros, não é?

Mas como eu dizia, esta autora foge a muitos dos clichés mais comuns, e consegue escrever dum modo que nos prende à história. Eu pessoalmente não gosto da trope friends to lovers, mas aqui foi bem conseguida.

Harriet é a nossa candidata a cirurgiã, que terminou há 5 meses com o seu noivo Wyn. Não contaram nada aos seus melhores amigos, e agora vão estar todos juntos na sua viagem atual. Receita para o desastre ou para um livro, neste caso. A tensão entre os dois está no ponto, o pano de fundo é um festival de lagosta numa cidadezinha do Maine (porque, novamente, ninguém quer ler um livro passado numa qualquer cidade dormitório onde não se passa nada). A dinâmica da amizade também é engraçada. No fundo foi um bom livro de verão para entreter, mas não se passou nada de excepcionalmente original que mude a nossa vida. E por algum motivo, os diminutivos com que toda a gente se trata enervaram-me um bocadinho. Mas isso sou eu, que já sou velha e rezingona (claramente, muito mais velha que a maioria dos protagonistas destes livros, e com infinitamente menos paciência).

Foram umas horas bem passadas, e recomendo a fãs do género, e de Emily Henry em particular.

Rumo ao próximo, Boas Leituras!

Goodreads Review

This year a new Emily Henry book came out and I just had to read it. Apparently, I’m one of those people that read a lot of romances, why fight it?

Emily Henry is a good writer, her characters are interesting and believable, and she does not fall for (all) the genre traps, even though there are some clichés in the mix. Our main character is finishing her residency in brain surgery, because Lord knows no one wants to read about the life of an office clerk (unless she has an exciting job like department manager or graphic designer) or a store worker (unless it’s a cute shop like a small neighbourhood library). But if we wanted to read about our own lives, we would not be burying our noses in books, right?

So, as I was saying, this author manages to avoid some of the most obvious clichés, and she keeps us glued to her stories. I’m not a fan of the friends to lover’s trope, but she has pulled it off.

Harriet is our brain surgery candidate, and Wyn, her ex-fiancé, broke up with her 5 months ago. They haven’t informed their closest friends and they will now be all together in their early trip. This spells disaster, or in this case a book plot. The tension between the two is just right, the background is a lobster festival on a small city in Maine (again, who wants to read a book that is set in some suburban town where nothing happens?). The dynamics between all the friends is also funny. All in all, it was a good summer book, entertaining. The pet names they all used with each other grated on my nerves, but I’m an old grumpy woman, so I might not be on the correct demographics. I was clearly much older than all the protagonists and have a lot less patience.

It was time well spent, and I recommend it to all romance fans, especially the ones that already like Emily Henry.

On to the next, Happy Reading!