Já há bastante tempo que tenho o projecto de ler/reler todos os livros de Poirot pela sua ordem de publicação, tarefa hérculea que eu tenho desempenhado lentamente (como sempre, é uma maratona, não um sprint). Depois de ter conhecido o Inspector Maigret através do Netgalley, acabei por estender esse projecto também aos livros de Simenon que são protagonizados por esta personagem.
Ora, como comecei mais tarde, naturalmente estou mais atrás, e supostamente deveria ter lido o livro número 2, The Late Mousieur Gallet. Infelizmente o meu cérebro de recém mamã está severamente debilitado, fiz confusão e saltei directamente para o quarto volume. Após um curtíssimo episódio de pânico obsessivo-compulsivo, resolvi que não era assim tão importante e retomarei a ordem no próximo livro. Mas ainda tenho alguns restos de urticária.
Então, acabei de ler The Carter of La Providence, e foi um livro muito desafiante. Como sabem faço a maioria das minhas leituras em inglês, mas nem sempre isso corre sem sobressaltos. Desta vez todo o livro é passado em cenário náutico, nos canais franceses, e o vocabulário era extremamente específico e também datado. Começa logo pelo título, o que é um carter, sendo que La Providence era o nome de um pequeno barco. O dicionário não foi ajuda neste caso, e depois de alguma investigação acabei por perceber que é uma figura que reboca barcos através dos canais quando estes estão impossibilitados de navegar, nomeadamente quando atravessam elevadores. Neste caso o reboque era feito por dois cavalos.
Passado este percalço inicial, fiquei com uma história bem interessante e onde o culpado não era óbvio, nem o enredo nos era dado de mão beijada. Talvez por não conhecer tanto de Simenon como de Agatha Christie, este ainda consegue ter algum mistério.
Não me vou alongar a relatar a história, mas recomendo-a a todos os que gostam de livros policiais, com uma história bem contada e longe dos estafados cenários anglo-saxónicos.
Boas Leituras!
Goodreads Review