Este deve provavelmente ser o título mais longo que eu alguma vez pus num post, mas efectivamente é assim que se chama este livro do Mário de Carvalho, escritor português que me foi dado a conhecer pela mesma amiga que me falou do João Sem Medo e do José Rodrigues Migueis.
Mário de Carvalho tem uma escrita ilusoriamente simples, em que a narrativa é fluida e eficaz, mas que por trás disso esconde-se um grande domínio da língua e do vocabulário. Por várias vezes tive de recorrer ao dicionário para perceber exactamente o que a palavra ali significava, e até então isso só me tinha acontecido com Aquilino Ribeiro (sendo que nesses casos raras vezes o dicionário é alguma ajuda).
Mas este livro é uma leitura muito interessante, duma Lisboa que cresce e está recheada de clichés que nós tão bem conhecemos. Acho que é impossível ler este livro sem nos revermos nele, e o entendermos como uma espécie de espelho onde vemos reflectida a nossa urbanidade muito própria. Desde os pseudo-intelectuais, à jornalista que não percebe nada do que faz, ao pai que tem o filho preso mas vai dizendo aos amigos que ele está a estudar na Suíça, ou no Canadá, tudo nos parece estranhamente familiar, próximo, mas sobretudo extremamente cómico.
Recomendo a todos os que gostam de boa literatura portuguesa, uma boa história que nos faça rir e pensar ao mesmo tempo.
ADVERTÊNCIA V.V.
Este livro contém particularidades irritantes para
os mais acostumados. Ainda mais para os menos.
Tem caricaturas. Humores. Derivações. E alguns
anacolutos.
[…] livro que recomendo hoje vem competir com o de Mário de Carvalho em tamanho de título aqui no blog. E acho que as semelhanças não terminam por aqui. Mário de […]
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